Família diz que estudante inalava gás de buzina há três meses, diz polícia
Corpo foi enterrado nesta quinta-feira em um cemitério de Rio Preto (SP). Laudo com a causa da morte do estudante deve sair em 10 dias.
Foi enterrado no fim da tarde desta quinta-feira (4), em São José do Rio Preto (SP), o corpo do estudante de medicina encontrado morto em Fernandópolis (SP). Parentes dizem que o rapaz estava inalando com muita frequência gás de buzina como entorpecente.
O corpo do estudante Luciano André Zaparoli, 33 anos, foi velado em Rio Preto, onde moram os parentes da família. A morte deixou parentes e amigos abalados.
Luciano passou mal na casa onde morava com a mãe emFernandópolis. Ele foi encontrado caído em um dos cômodos da casa. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamado, mas ele já estava sem vida. A suspeita é de que Luciano tenha inalado gás de buzina, segundo a polícia.
De acordo com o boletim de ocorrência, foram encontradas 16 latas de gás de buzina no quarto do rapaz. A polícia disse ainda que, a família contou que ele já usava o produto há cerca de três meses. “Não há formalização ainda destes depoimentos, mas em entrevista no atendimento inicial da equipe de plantão da polícia, foi esclarecido que ele estava usando esse gás”, afirma o delegado Marcos Negrelli.
O gás de buzina é alucinógeno, parecido com o lança-perfume. Ele é derivado de petróleo e muito tóxico. Os laudos do IML que vão comprovar as causas da morte do estudante devem sair em 10 dias. “Aparentemente a vítima estava inalando o gás e possivelmente foi isso a causa da morte”, diz o delegado.
É a segunda vez que uma pessoa morre em Fernandópolis pelo mesmo motivo. Em 2009 uma jovem de 20 anos, também estudante de medicina morreu depois de inalar gás de buzina durante uma festa numa chácara.
Outro caso
Em Rio Preto, uma adolescente de 17 anos inalou gás de buzina durante uma festa em um condomínio de luxo no dia 18 de janeiro. Ela ficou nove dias internada e recebeu alta na última quarta-feira (27). Familiares da jovem confirmaram a saída do hospital e disseram que ela está bem e sem sequelas.
Segundo relato de parentes da adolescente internada, a garota inalou o gás de buzina em uma reunião com amigos. Essa buzina é usada em festas, principalmente no carnaval, e também em eventos esportivos. De acordo com a família, a menina chegou ao hospital com parada cardíaca e o aparelho respiratório comprometido, no entanto, ela não ficou com sequelas.
O gásSegundo Gisela Cipullo Moreira, farmacêutica do Ceatox, Centro de Toxicologia do Hospital de Base, referência na região de Rio Preto, o gás desta buzina é perigoso e chega a entrar no organismo a -20ºC e queima o sistema respiratório.
“A buzina é feita de gás composto de butano e propano, derivado do petróleo. É encontrado também no isqueiro, geladeira, ar-condicionado. No organismo, pode causar náuseas, vômitos, no sistema nervoso pode causar alucinação, euforia, desmaio, convulsão. Como entra em uma temperatura muito baixa no organismo pode causar edema pulmonar e no coração, pode agir no músculo e pode causar arritma e infarto”, afirma a farmacêutica.
De acordo com Gisela, os jovens costumam inalar esse gás pensando apenas no efeito de euforia, mas se esquecem que o gás é perigoso e pode matar. “Os efeitos são rápidos e o jovem pensa apenas na euforia, na alucinação, mas eles não sabem dos problemas sérios que podem causar. Ele pode causar infarto, problemas pulmonares graves”, diz.
Aí eu te pergunto: o que é droga? O problema está na substância usada ou na pessoa que usa a substância?
Aproveito para te convidar a acessar o meu blog. Lá tem textos como esse e muito mais!
Fonte: G1
/imgs.jusbrasil.com/publications/noticias/303889231/images/000000488-y1454682110.jpg)
14 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.
Maravilhosa pergunta Pedro.
Não sei a resposta.
Acho que droga é a falta de instrução, de orientação, de ocupação, de educação, de amor, de responsabilidade, de respeito.
Droga pode ser a necessidade da euforia descontrolada, a fuga da realidade, a insegurança, os medos, as pressões psicológicas, as notícias desagradáveis, a falta de experiência, a curiosidade, o despreparo, e talvez tudo isso junto batendo forte no peito de um jovem deslumbrado porque descobriu a vida.
Não sei o que pode ser droga. Só sei a droga que é. continuar lendo
É essa a questão, José.
Não podemos continuar colocando a culpa na droga.
Quem vicia, quem rouba, quem mata, ..., é o ser humano e não a droga.
Logo, por qual razão insistir na criminalização? continuar lendo
Porque criminalizando já assistimos casos como este e pode nos levar a entender que sem criminalizar possa ser pior.
Descriminalizar significa derrota. Isso não quer dizer que não seja necessário, absolutamente.
As drogas existem e não é cercando algumas que vamos livrar os jovens de outras, isso é certo também.
É um risco que cedo ou tarde seremos obrigados a correr, para pelo menos, tentar: Descriminalizar. continuar lendo
Desculpa, José, mas descriminalizar não é derrota, de forma alguma. Descriminalizar é reconhecer que o Direito Penal não é o caminho para as drogas (e para nada).
Temos que parar de querer que o Direito Penal seja aplicado para "proteger" a saúde.
Ao Direito Penal o que é do Direito Penal.
Se formos criminalizar todas as substâncias que fazem mal e/ou causam efeitos psicoativos, vai faltar crime para tanta substância.
Enquanto continuarmos delegando ao Direito Penal a tarefa de "mostrar" que as drogas fazem mal, continuaremos perdendo a batalha.
Um grande abraço! continuar lendo
Eu vejo como derrota contra a repressão ao tráfico, para mim aliás o único problema das drogas.
Por isso entendo que valha a pena tentar.
Essa ligação droga/tráfico é o que coloca o direito penal no assunto. E é sério.
De resto, Pedro, toda a razão do m undo pra vc. continuar lendo
Então que proibam a venda da famigerada buzina ao invés de liberar o resto! Simples! Aliás depois desta notícia, que proibam já... tem criança que brinca com isso! continuar lendo
Não podemos esquecer, além da buzina, do álcool, do tabaco, da benzina, da cola de sapateiro, do éter, do rivotril, da cafeína, dos relaxantes musculares, do açúcar, dos solventes em geral, ...
Acho que não vou conseguir acabar de falar todas as substâncias que pela sua lógica deveriam ter o comércio criminalizado.
Não é a droga que vicia. É o ser humano que vicia na droga.
E ele sempre buscará formas de se drogar.
O caso da notícia, o cara queria se drogar de alguma forma, optando pela buzina. Poderia ter bebido ao ponto de morrer. Poderia ter fumado tantos cigarros quanto fosse necessário para parar de respirar. Poderia ... Poderia...
Conscientização e não criminalização, só assim "resolveremos" o problema das drogas. continuar lendo
O mesmo velho discurso!
Quanto às buzinas em especial, não são utilizadas apenas por adultos.
Particularmente acho essas comparações abusadas!
Não vai acabar o crime organizado, o consumo vai aumentar e a sociedade vai ficar ainda mais violenta!
Por favor ne? Sou fumante, sei que vou acabar mal, mas pelo menos fui produtiva enquanto tive saúde... o mesmo vale para o café, o doce açucar etc... continuar lendo
"O mesmo velho discurso!"²
Na realidade, o velho discurso não é meu. continuar lendo
quer dizer que é o meu? rs continuar lendo
Não fazia a menor ideia do quanto isso faz mal! continuar lendo
Ninguém prendeu a pessoa que vendeu a buzina, tampouco fez a que inalou responder um processo criminal, ou lhe imputou, por estar na posse de droga, o crime de tráfico.
Mas a substância "dá onda", é perigosa à saúde, "vicia", ... continuar lendo
Pedro Magalhães Ganen, parabenizo-o pelos excelentes artigos. Como uma verdadeira amante de estudos acerca de comportamento (pena eu não dispor de mais tempo para apreciá-los) devo reconhecer que que suas publicações dão um verdadeiro choque de realidade em seus leitores. Eu fico me perguntando, até que ponto a diversão do carnaval precisa de tantos recursos? de tanta ajuda para fazer a alegria? Isso pra não contar os excessos com bebidas e drogas. E o fabricante desta buzina? dinheiro é tudo, responsabilidade.... vai entender, muita coragem. continuar lendo
Obrigado, Ana Paula!
Usamos mtas substâncias tóxicas para nosso entorpecimento, sejam elas lícitas ou ilícitas.
Não será crimalizando que deixaremos de usar e/ou buscar meios para isso.
Um grande abraço! continuar lendo