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25 de Abril de 2024

Ministro da Justiça quer erradicar comércio e uso de maconha no Brasil

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, pretende focar principalmente nas plantações em território paraguaio.

há 7 anos

Ministro da Justia quer erradicar comrcio e uso de maconha no Brasil

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, quer erradicar o comércio e uso de maconha no país. O objetivo integra os termos do Plano Nacional de Segurança, cujo conteúdo foi apresentado a especialistas e pesquisadores da área no início desta semana e já foi alvo de críticas. Para isso, Moraes pretende focar principalmente nas plantações em território paraguaio, considerado um dos principais exportadores do entorpecente no continente, mas há também o objetivo de realizar parcerias para combater laboratórios da droga na Bolívia e no Peru.

A intenção ambiciosa vai, de acordo com especialistas ouvidos pela reportagem, na contramão da política antidrogas na maior parte do mundo, que tem avançado em debates pela descriminalização e legalização da maconha frente a opção da "guerra às drogas". Mesmo assim, a pasta pretende injetar recursos para fazer com que o fluxo da droga diminua e, eventualmente, cesse em todo o território nacional.

Moraes convidou representantes de cinco instituições civis que atuam na área da segurança para apresentar o conteúdo do plano, que está em elaboração e tinha previsão inicial de lançamento para este mês. Em duas horas e meia, o ministro detalhou como deverá ser executada a iniciativa, mostrando informações em mais de 90 slides de uma apresentação de power point. Quando se referiu a um dos eixos do plano, o combate a crimes transnacionais, Moraes expôs, em um slide com uma planta de maconha ilustrativa, a sua visão sobre o assunto. Em viagem ao Paraguai em julho deste ano, o ministro foi visto cortando pés de maconha munido de um facão.

"É uma ideia absolutamente irreal, de uma onipotência, querer reduzir drasticamente a circulação de maconha na América do Sul, como ele falou. É grave ele achar que vai ter esse poder. O plano Colômbia fez com que os Estados Unidos injetassem bilhões de dólares contra as plantações de coca e isso não foi suficiente", disse Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido Mendes e ex-diretora-geral do sistema penitenciário do Estado do Rio, que participou do encontro no gabinete da presidência em São Paulo, localizado na Avenida Paulista.

Em novembro, Moraes já havia participado de um encontro com países do Cone Sul para discutir combate ao crime na região de fronteira. Na oportunidade, ele destacou a necessidade de se aumentar o número de operações coordenadas com os vizinhos, ampliando a cooperação entre as polícias. Além do combate às drogas, compõe o eixo de crimes transnacionais, o enfrentamento ao tráfico de armas, ao tráfico de pessoas e ao contrabando.

"Comecei a trabalhar na área da segurança nos anos 1980. Estou nessa há 30 anos, me sentei com vários ministros e ouvi vários planos, mas esse é o pior", completou Julita. Isso porque, segundo ela, além da proposta no campo das drogas, o plano se estende por outros três eixos (combate à violência doméstica, redução de homicídios e modernização do sistema penitenciário) e peca por ser "megalomaníaco", com ideias que "custariam um orçamento que ele não tem".

A reportagem ouviu outras duas pessoas que participaram do encontro e ratificaram o conteúdo das propostas, também fazendo críticas ao que consideraram mais um manifesto com pouco foco. Em comum, a ponderação de que a atuação do Ministério da Justiça não conta com propostas de outros setores do governo, principalmente da área social, e tem contra si poucas e frágeis ideias no campo da prevenção dos homicídios, em especial direcionada à população jovem negra da periferia.

O plano aborda quatro eixos de prevenção: capacitação para agentes de segurança - visando a reduzir a letalidade policial -, aproximação entre polícia e sociedade - com aperfeiçoamento dos conselhos comunitários de segurança - inserção e proteção social - focado na redução da violência doméstica - e cursos profissionalizantes de arquivistas. Esta última ideia, classificada como inusitada e ingênua por mais de um especialista, foi explicada por Moraes: como o Arquivo Nacional está sob controle da pasta de Justiça, há a possibilidade de os profissionais oferecerem tal curso.

Recuo

O Ministério da Justiça decidiu recuar da intenção de usar verbas do Fundo Penitenciario Nacional (Funpen) para investimentos na polícia dos Estados e na Força Nacional, inclusive para compra de equipamentos e pagamento de salários. O Estado divulgou em novembro que Moraes já havia preparado uma minuta de Medida Provisória prevendo a alteração na previsão de uso das verbas do fundo visando a principalmente ter margem para investir os recursos.

A decisão ocorreu após a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, segundo apurou o Estado, procurarem a pasta para informar que, caso a medida fosse tomada, ela seria judicializada imediatamente. O STF determinou em julgamento em setembro de 2015 que as verbas, que hoje somam cerca de R$ 3 bilhões, não podem mais ser contingenciadas. O presidente Michel Temer informou em outubro que R$ 788 milhões devem ser liberados no início do ano que vem.

Em nota divulgada neste sábado (17), o ministério disse que os valores deverão ser descontingenciados para o próprio sistema penitenciário, "com prioridade absoluta para construção de presídios, estabelecimentos semiabertos e efetivação de melhores e mais seguras condições para cumprimento de penas" - a pasta prevê a construção de 27 novas unidades. "Nenhum recurso do Funpen será utilizado para manutenção ou ampliação da Força Nacional".

Previsto inicialmente para ser lançado em dezembro, a pasta informou neste sábado que a finalização do projeto deve ficar para janeiro. "No mês de janeiro, o ministro Alexandre de Moraes se reunirá com os governadores, em seus respectivos Estados, para que seja finalizado o Pacto e, consequentemente, divulgado o Plano Nacional."

NOTÍCIA ORIGINALMENTE PUBLICADA POR: UOL


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39 Comentários

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Penso que a ideia ambiciosa é bastante pertinente. Deve haver combate ao tráfico. Contudo, tentar acabar com as drogas não será o fim de tudo - se isso um dia acontecer. Sempre haverá consumidores. Sempre haverá pessoas dispostas a se corromperem. Sempre haverá pessoas que inviabilizarão essa meta. Há muito interesse entre legalizar e não legalizar. Criminalizar e descriminalizar. Sempre haverá drogas no mundo. Gastem tempo elaborando planos de educação e assistência psicossocial que aí teremos futuro. Tirar as drogas do mundo não será a solução. O problema é mais embaixo. No ser humano. continuar lendo

"Gastem tempo elaborando planos de educação e assistência psicossocial que aí teremos futuro. Tirar as drogas do mundo não será a solução. O problema é mais embaixo. No ser humano."

É isso. continuar lendo

ok, se ele conseguir ótimo, mas porque ele não começa proibindo por exemplo o uso do cigarro, que mata muito mais pessoas do que qualquer tipo de droga, porque não se faz projetos para conscientizar os jovens de que as drogas não são o caminho, poque não proibir propaganda de um monte de gostosa tomando SKOL, BRAHMA, ANTARTICA etc etc, parecendo ser as pessoas mais felizes do mundo, sendo que o Álcool mata mais gente que qualquer tipo de droga, HIPOCRISIA PURA....................... continuar lendo

Já pensaram que talvez a proibição seja o problema??? continuar lendo

Revela-se curioso e até estranho o fato da ANVISA não proibir outras drogas, como o álcool e o tabaco, pois, de acordo com pesquisas recentes, ficou provado que o álcool e o cigarro são mais prejudiciais à saúde humana do que a maconha.

De acordo com a pesquisa realizada pelo Jornal inglês "The Lancet Medical Journal", o ranking das drogas de acordo com os danos causados é o seguinte;

1-) Heroína;
2-) Cocaína;
3-) Barbitúrico;
4-) Metadona;
5-) Álcool;
6-) Ketamina;
7-) Benzodiazepínico;
8-) Anfetamina;
9-) Tabaco;
10-) Buprenorfina;
11-) Maconha.

Fonte: Revista Domínios - XV - 162 - Nov/Dez. 11 - página 36."

http://revistadominios.com.br/index.php/edicoes/detalhes/8/revista-162 continuar lendo

Caro Norberto Slomp: a inclusão do álcool e do tabaco na lista da ANVISA, esbarra em fatores econômicos, sociais e fiscais. Como certamente você não desconhece. continuar lendo

Caro Sérgio Abib: Em uma escala de valores o que prevalece, a saúde da população ou fatores econômicos e fiscais? continuar lendo

Parabéns ao ministro que projetou a Guerra dos 100 anos, da América do Sul. Embora audacioso e bastante desejado, esse projeto é extremamente utópico.

1- Quantas pessoas poderosamente influentes no mundo têm o interesse de que o trafico de drogas seja mantido?

2- Qual o tamanho do exército necessário para combater nessa "Guerra às drogas"?

Por favor, sejamos coerentes.

Acho cômico quando leio sobre desumanização de traficantes, histórias tristes de pobres moradores das favelas e socialmente vulneráveis que são injustamente presos por trafico, que morrem em confrontos com a polícia... Meu Deus, que drama..

Vamos responder algumas perguntas?

1) Quantas pessoas morrem para que 1 kg de maconha chegue à boca do usuário?

2) Quantas pessoas morrem para sustentar o vicio de quem não pode pagar pelas drogas, com trabalho legitimo?

3) Quantos policiais honestos morrem quando os anjinhos, vitimas da sociedade, trocam tiros com armas de guerra, nos becos das favelas?

4) Quantos usuários são mortos por dividas de trafico?

5) Quantos traficantes se arrependem de terem mandado executar suas vitimas?

6) Quantas traficantes e soldados do trafico pensariam na sua humanidade, se lhes fosse dada ordem para te matar?

Em que mundo essas pessoas vivem? Humanização, senhores, isso deveria ser feito lá no inicio. Hoje, ou mata ou morre.

Quantos imbecis que lutam à favor da humanidade de traficantes e demais vitimas da sociedade, já foram passear pelos meandros da América Latina, nos veios mais podres do trafico de drogas?

É algo gigantesco amigos... continuar lendo

O BRBR sempre na contramão da evolução mundial né... "Nada acontece feijoada". continuar lendo

Pra que melhorar se podemos piorar? continuar lendo

Não uso e nunca usei drogas, mas sou da opinião que cada um "decore" sua morada como bem entenda, desde que não invada o meu espaço. Querer descriminalizar as drogas é bater de frente com poderosos em seus redutos de maior ganho, mas querer "erradicar" demonstra uma falta de preparo para o cargo que ocupa alem de fazer com que o preço, no varejo, aumente o lucro dos traficantes. Só se combate as drogas com investimento em Educação, o resto é balela. Parabéns Pedro Magalhães Ganem por ter trazido a tona esse assunto e nos mostrar as "ideias" do ministro da justiça (justiça em minusculo). continuar lendo

Eu acho que o cara tá prometendo o impossível. Precisamos resolver o tráfico, mas não é combatendo a planta. continuar lendo

Não acredito. Se combate as drogas TAMBÉM com ações contra o plantio, preparo, tráfico, enfim. São duas pontas de um cordel detonante. Usuário e traficante (empresário do tráfico). continuar lendo